Um jovem, com pouco mais de trinta anos, que vive
com a sua família entre Viana do Castelo e Ponte de Lima, tem dores horríveis
num pé, porque tem um dedo a mais, que está cada vez maior. Há meses que não
pode andar e não sai de casa. A intervenção necessária é relativamente simples,
mas há uma lista de espera de cerca de dois anos! Ingenuidade a minha. Esta
lista de espera não é para a intervenção, mas para a primeira consulta de
especialidade no hospital público a que está confinado!
Não há coincidências! Patologias raras e graves, o que não é aqui o caso, continuam a ser relativamente comuns em famílias, nas aldeias do Norte, onde a utilização de pesticidas é ainda hoje, uma prática comum para salvar as colheitas, a vinha e as pequenas hortas familiares.
A informação nas embalagens dos pesticidas e as
formações dadas pelos formadores, são, desde longa data, manifestamente
insuficientes e claramente do desagrado dos utilizadores. A obrigação de
proteger, efetivamente, os cidadãos não leva os serviços de saúde locais,
públicos ou privados a investigar, para prevenir. Provavelmente têm coisas mais importantes a fazer, como contar os atendimentos e os lucros?
As coisas mais importantes, não são coisas.
M.F.M.eC.N.
