domingo, 26 de janeiro de 2025

Os cidadãos pagaram o que lhes foi exigido mas nem mesmo quando estavam em perigo de vida receberem os cuidados que lhes eram devidos

 


Mais de 260 mil pessoas estavam, em maio de 2024, numa lista de espera para uma cirurgia. Esta informação foi dada pela Sra. Ministra da Saúde  (anteriormente, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte) que acrescentou que destas pessoas, muitas delas, muito doentes, mais de 74 mil já deveriam ter recebido os cuidados de que necessitavam, pois “os tempos máximos de resposta garantida” já tinham sido ultrapassados. Ou seja, o Estado Português e o SNS não cumpriram nem as ´boas práticas´ internacionais, nem os compromissos assumidos com os cidadãos: não prestaram os cuidados de saúde de que estes necessitavam pondo assim em grave risco a saúde e a vida das pessoas. Dezenas ou centenas de milhares de cidadãos viram-se impedidos de trabalhar durante longos períodos e de viver uma vida saudável. Esta falta de cumprimento, por parte do Estado, das obrigações assumidas é um comportamento recorrente, há já dezenas de anos!

Que prejuízos sofreram as pessoas e a sociedade pelo incumprimento, por parte do Estado, das suas obrigações? Quem deve ser responsabilizado?

O Estado, os governantes e as organizações dos profissionais de saúde não só não cumpriram as suas obrigações como se recusam a assumir qualquer responsabilidade. Declaram-se inimputáveis e nem sequer pedem desculpa! A sociedade, atónita perante estes comportamentos, em atroz sofrimento, angustiada e impotente, vê a saúde de dezenas de milhares de concidadãos deteriorar-se, muitas vezes de forma irreversível e fatal. Toda a sociedade vive em permanente stresse e sofre prejuízos incalculáveis. As elites políticas e profissionais que conceberam e gerem o atual sistema de prestação de serviços de saúde perderam, há muito, toda a credibilidade.