segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Libertar o SNS e regulamentar os serviços de saúde. Aceitar a liberdade de escolha do cidadão

 

Os serviços de saúde, públicos e privados, são um sistema repleto de problemas gravíssimos que provocam danos irreversíveis à saúde de centenas de milhares, a milhões de cidadãos. Há dezenas de anos que arruínam a sociedade e a nossa autoestima.

Para resolverem a situação que criaram, os governantes de hoje recorrem, mais uma vez, à metodologia da medicina convencional, institucional: sem darem sinais de compreenderem o que se passa, atuam sobre os sintomas. Desta forma, esgotam as energias e os meios de que a sociedade dispõe sem nada resolverem.

É necessário libertar o SNS e regulamentar, de forma integrada, toda a oferta de serviços de saúde. As negociações, para obter consensos e boa-vontade, e a política nacional da saúde são da competência dos governantes, mas a organização, a administração e a gestão de serviços de saúde, “não é coisa para políticos”, nem para o Estado que tudo dirige a partir de um ministério. A fiscalização é uma responsabilidade delegada em entidades independentes.

É também necessário reduzir o apelo que é feito aos cuidados de saúde, atuando na sociedade, tornando-a mais saudável. Tal é possível promovendo práticas democráticas e éticas em todos os setores da sociedade e instituindo a obrigação e o dever que todos temos de proteger e cuidar. Isto por que (ninguém adoece por acaso).

A primeira linha dos cuidados de saúde, constituída pelos médicos de família, os enfermeiros e os psicólogo da saúde, entre outros profissionais, tem de estar disponível 24 horas por dia, 365 dias por ano. Se nos Países-Baixos, e não só, os médicos conseguem oferecer, ao cidadão, esta segurança e proteção, é porque é possível.

A medicina atual, institucional, continua a focar-se nos sintomas, ou seja: a ignorar a pessoa, a ignorar a relação entre a “doença” e a pessoa, a ignorar a história e as condições de vida das pessoas. A medicina é uma ciência social. É necessário ultrapassar “as boas práticas”, é necessário inovar e desmedicalizar. O cidadão é aconselhado e informado, escolhe e organiza os seus próprios cuidados de saúde, é bem tratado e de forma eficiente

domingo, 26 de janeiro de 2025

Os cidadãos pagaram o que lhes foi exigido mas nem mesmo quando estavam em perigo de vida receberem os cuidados que lhes eram devidos

 


Mais de 260 mil pessoas estavam, em maio de 2024, numa lista de espera para uma cirurgia. Esta informação foi dada pela Sra. Ministra da Saúde  (anteriormente, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte) que acrescentou que destas pessoas, muitas delas, muito doentes, mais de 74 mil já deveriam ter recebido os cuidados de que necessitavam, pois “os tempos máximos de resposta garantida” já tinham sido ultrapassados. Ou seja, o Estado Português e o SNS não cumpriram nem as ´boas práticas´ internacionais, nem os compromissos assumidos com os cidadãos: não prestaram os cuidados de saúde de que estes necessitavam pondo assim em grave risco a saúde e a vida das pessoas. Dezenas ou centenas de milhares de cidadãos viram-se impedidos de trabalhar durante longos períodos e de viver uma vida saudável. Esta falta de cumprimento, por parte do Estado, das obrigações assumidas é um comportamento recorrente, há já dezenas de anos!

Que prejuízos sofreram as pessoas e a sociedade pelo incumprimento, por parte do Estado, das suas obrigações? Quem deve ser responsabilizado?

O Estado, os governantes e as organizações dos profissionais de saúde não só não cumpriram as suas obrigações como se recusam a assumir qualquer responsabilidade. Declaram-se inimputáveis e nem sequer pedem desculpa! A sociedade, atónita perante estes comportamentos, em atroz sofrimento, angustiada e impotente, vê a saúde de dezenas de milhares de concidadãos deteriorar-se, muitas vezes de forma irreversível e fatal. Toda a sociedade vive em permanente stresse e sofre prejuízos incalculáveis. As elites políticas e profissionais que conceberam e gerem o atual sistema de prestação de serviços de saúde perderam, há muito, toda a credibilidade.

sábado, 25 de janeiro de 2025

Os cidadãos podem e devem organizar os seus próprios cuidados de saúde



Um jovem, com pouco mais de trinta anos, que vive com a sua família entre Viana do Castelo e Ponte de Lima, tem dores horríveis num pé, porque tem um dedo a mais, que está cada vez maior. Há meses que não pode andar e não sai de casa. A intervenção necessária é relativamente simples, mas há uma lista de espera de cerca de dois anos! Ingenuidade a minha. Esta lista de espera não é para a intervenção, mas para a primeira consulta de especialidade no hospital público a que está confinado!

Não há coincidências! Patologias raras e graves, o que não é aqui o caso, continuam a ser relativamente comuns em famílias, nas aldeias do Norte, onde a utilização de pesticidas é ainda hoje, uma prática comum para salvar as colheitas, a vinha e as pequenas hortas familiares. 

A informação nas embalagens dos pesticidas e as formações dadas pelos formadores, são, desde longa data, manifestamente insuficientes e claramente do desagrado dos utilizadores. A obrigação de proteger, efetivamente, os cidadãos não leva os serviços de saúde locais, públicos ou privados a investigar, para prevenir. Provavelmente têm coisas mais importantes a fazer, como contar os atendimentos e os lucros?

 

As coisas mais importantes, não são coisas.

M.F.M.eC.N.