Os serviços de saúde, públicos e privados, são um sistema repleto de problemas gravíssimos que provocam danos irreversíveis à saúde de centenas de milhares, a milhões de cidadãos. Há dezenas de anos que arruínam a sociedade e a nossa autoestima.
Para resolverem a situação que criaram, os governantes de hoje recorrem, mais uma vez, à metodologia da medicina convencional, institucional: sem darem sinais de compreenderem o que se passa, atuam sobre os sintomas. Desta forma, esgotam as energias e os meios de que a sociedade dispõe sem nada resolverem.
É necessário libertar o SNS e regulamentar,
de forma integrada, toda a oferta de serviços de saúde. As negociações, para
obter consensos e boa-vontade, e a política nacional da saúde são da competência
dos governantes, mas a organização, a administração e a gestão de serviços de
saúde, “não é coisa para políticos”, nem para o Estado que tudo dirige a partir
de um ministério. A fiscalização é uma responsabilidade delegada em entidades
independentes.
É também necessário reduzir o apelo que é feito aos cuidados de saúde, atuando na sociedade, tornando-a mais saudável. Tal é possível promovendo práticas democráticas e éticas em todos os setores da sociedade e instituindo a obrigação e o dever que todos temos de proteger e cuidar. Isto por que (ninguém adoece por acaso).
A primeira linha dos cuidados de saúde, constituída pelos médicos de família, os enfermeiros e os psicólogo da saúde, entre outros profissionais, tem de estar disponível 24 horas por dia, 365 dias por ano. Se nos Países-Baixos, e não só, os médicos conseguem oferecer, ao cidadão, esta segurança e proteção, é porque é possível.