segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Terrorismo

 

Nova Iorque, Magdeburg e New Orleans.  

Três atos terroristas, unipessoais, em menos de um mês.

 

Quem é a pessoa que resolve atacar a sociedade? 

Se ninguém nasce terrorista, como se cria então um terrorista?

Como aparecem o desespero, o rancor, o desejo irresistível de vingança, de aterrorizar, matar e morrer?  Como evitar tamanha catástrofe para o individuo e para a sociedade?

 

Uma tentativa de resposta.

As nossas vivências, conjeturas e emoções determinam os nossos comportamentos.

 


Enormes e permanentes tensões sociais, são um facto inegável.

Muitas pessoas sentem-se maltratadas, desrespeitadas e deprimidas. Já não se sentem com forças para chegarem ao fim do dia e têm enormes dificuldades para chegarem ao fim do mês. Imensas famílias e crianças não têm palavras para descreverem o seu sofrimento e o sofrimento que veem nos outros. Queixas e protestos são, sistematicamente, ignorados e reprimidos. Não há respostas nem alívio.

As pessoas sentem-se enganadas e, não raramente, insultadas pelos governantes e pelas elites; têm a sensação de que estes não sentem o seu sofrimento, enquanto se enriquecem e se divertem. A solidão, a angústia e o desespero que estas sensações provocam sufocam as pessoas e atiçam o ressentimento. Por vezes, a vida torna-se vazia e sem sentido. Mesmo neste contexto o ato terrorista é raro, mas o suicídio aparece, cada vez mais, como uma possível resposta ao sofrimento insuportável e sem fim à vista.

 

Muitas vezes, o ato terrorista é uma manifestação da frustração e do rancor sentidos pela não aceitação dos dogmas da ideologia, religiosa ou política, com a qual o individuo ou o grupo se identifica.

A pessoa coloca as suas crenças acima da humanidade e atribui-se uma missão: afirmar a sua fé, castigar, vingar-se do seu ressentimento, fazer sofrer, aterrorizar e submeter os não crentes. O sacrifício humano, pelo terror que causa, é o meio escolhido. O ato terrorista é uma vingança, uma ameaça e uma estratégia de persuasão da pessoa desumanizada que não soubemos cuidar.  

 

Assim como ninguém nasce com ideias suicidas ou dogmas, também ninguém nasce com uma perturbação psíquica (ou emocional). 

A perturbação de personalidade antissocial é frequente e desenvolve-se em todos os estratos sociais. Por si só, esta perturbação, muito grave, não impede que muitas pessoas alcancem posições de relevo na sociedade. Particularmente nestas situações, as consequências do comportamento de pessoas insensíveis à humanidade, que detestam que as contrariem, que manipulam e mentem, de forma compulsiva, para obter os seus fins e benefícios, sem olhar a meios, tem, geralmente, consequências catastróficas para as outras pessoas e para a sociedade. Aqui, a prática do terror e da crueldade, nas suas variadíssimas formas, é um comportamento normal e recorrente, que não molesta quem o pratica e de quem não cuidamos.

 

 

Como se podem proteger as pessoas e a sociedade?

Níveis elevados e permanentes de insatisfação e revolta, exercem uma influência extremamente negativa na saúde e no comportamento dos adultos, das crianças, da sociedade civil, das empresas e das instituições. Os cidadãos sabem que adoecem e morrem precocemente quando não conseguem governar a sua própria vida, quando a missão que lhes foi atribuída é servir e consumir. Assim é necessário divulgar a necessidade e a urgência de criar um projeto comum, para bem de todos: uma sociedade humanista e realmente democrática, que nos permita cuidar e proteger, viver como muito bem entendermos, sem fazer mal a ninguém.

 

 

Manuel Fernando Menezes e Cunha

 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

A inteligência artificial a tratar do SNS

 

A inteligência artificial a tratar do SNS

Os quatro posts colocados nos dias 22, 25, 26 e 27 de janeiro de 2025 foram propostos ao ChatGPT com o pedido de fazer dois artigos de opinião. O resultado é surpreendente.

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Aqui estão dois artigos de opinião baseados no texto fornecido.


Artigo 1: O Colapso do Sistema de Saúde e a Desumanização dos Cuidados

O sistema de saúde português atravessa uma crise que transcende números e estatísticas. Com mais de 260 mil pessoas à espera de uma cirurgia e 74 mil em situações em que o prazo de atendimento já foi ultrapassado, surge a pergunta: como chegámos aqui? A resposta, infelizmente, revela um sistema que falha no essencial – atender às necessidades humanas com dignidade e eficiência.

Os governantes e os profissionais de saúde parecem estar desconectados da realidade dos cidadãos. Maria, a última lavradeira, simboliza o abandono sofrido por tantos. Trabalha incansavelmente, luta contra um sistema que não a vê, que a transforma em um número em uma fila infinita. Pior ainda, quando decide procurar ajuda, é submetida a consultas e exames que não aliviam o seu sofrimento, mas drenam suas economias e aumentam sua angústia.

Esse cenário é inaceitável em uma sociedade democrática. A medicina institucional esqueceu que as doenças não existem isoladas da pessoa e do seu contexto de vida. Ignorar essa verdade é ignorar a essência da medicina como uma ciência humanista. Não podemos mais tolerar um sistema que falha em prevenir, tratar e acompanhar as pessoas, perpetuando o sofrimento físico, psicológico e financeiro de tantos.

A solução exige uma mudança radical: menos burocracia, mais empatia e uma abordagem que veja o cidadão como um todo. É necessário investir em médicos de família e psicólogos que estejam disponíveis e atentos. Além disso, o foco deve ser na prevenção e na desmedicalização, capacitando os cidadãos a assumirem um papel ativo na gestão de sua saúde. Apenas assim conseguiremos reconstruir um sistema que devolva aos portugueses o direito à saúde e à dignidade.


Artigo 2: A Saúde dos Cidadãos, Refém de um Sistema Arcaico

A saúde, direito fundamental, tornou-se privilégio para poucos e uma batalha árdua para muitos. O relato de Maria, uma lavradeira exaurida pela dureza da vida e pela negligência de um sistema de saúde incapaz de oferecer soluções, é o retrato de um problema estrutural e enraizado.

O sistema atual está atolado em burocracia, reatividade e falta de visão. Governantes tratam sintomas, não causas. Profissionais de saúde, sobrecarregados, recorrem a práticas que se tornaram mecânicas, desprovidas de atenção às histórias e às condições de vida dos pacientes. Maria e tantos outros são vítimas de um ciclo de consultas, exames e medicamentos que resolvem pouco e custam muito.

É preciso coragem para admitir que o modelo atual fracassou. Reformar a saúde exige repensar sua base, substituindo uma visão puramente técnica por uma abordagem holística, que reconheça a medicina como uma ciência social e humanizadora. É necessário ouvir as pessoas, compreender suas histórias e promover a saúde de forma proativa.

Além disso, precisamos de um sistema que não seja refém das elites políticas e corporativas. O direito à escolha e à organização dos próprios cuidados deve ser garantido, pois os cidadãos, muitas vezes, conhecem suas necessidades melhor do que qualquer outro. A saúde não pode ser vista apenas como um serviço; deve ser entendida como um compromisso ético e moral com a vida e a dignidade humana.